10.7.07

A cidade-paralisação

Eu avisei – era o óbvio ululante: alguns servidores públicos estaduais e federais aproveitariam as necessidades especiais do Pan-Americano e a visibilidade internacional do Rio de Janeiro durante os jogos para reivindicar melhor remuneração nem que sob suspensão parcial dos trabalhos.

Funcionários da Cedae cogitaram de uma paralisação para sexta-feira 13, dia d´abertura do Pan – mas aceitaram por fim os termos contrapostos pelo governo do estado.

Os policiais civis, porém, já estão em greve e assim restarão pelas próximas 48 horas, período em que – hahaha! – farão somente prisões em flagrante. (Policiais rodoviários federais também organizam manifestações públicas d´insatisfação, destaque entre elas para a criativa tarja preta ao braço)...

A Polícia Militar e até o Ibama planejam igualmente alguma sorte de protesto. A Guarda Municipal, por seu turno, sempre dedicada a multar a população, não aderirá. (Ufa)!

O setor hoteleiro, apesar da garantia de ordem representada pelo efetivo da Guarda Municipal nas ruas, está em pânico. Os dirigentes esportivos também, embora demonstrem publicamente confiança nas autoridades responsáveis.

Uma d´elas, o alcaide Cesar Maia, enérgico como de hábito, assegura que tudo está sob controle e adverte que os servidores qu´ameaçam fazer paralisações poderão sofrer com as conseqüências: “O Pan acaba e as reivindicações ficam. Como serão tratadas aquelas categorias que tentaram pressionar no Pan?”

De minha parte, pergunto ao prefeito: como seremos tratados nós, cidadãos que não pressionamos o Pan, embora por ele sejamos achacados, e que tampouco fazemos greve, se ainda assim ficaremos paralisados nos monumentais engarrafamentos que virão?

(Não, leitor, o alcaide não está orando na primeira foto, a despeito de que bem o devesse)...

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