13.7.07

Notas pan-americanas III

Benemerência

A prefeitura de Cesar “O Generoso” Maia distribuirá cem mil ingressos entre todas as secretarias municipais, com destaque para as de Educação, Assistência Social e a Comlurb.

As entradas se destinam a programas sociais, alunos e professores da rede pública, garis e moradores vizinhos aos locais de competição.

Esta é, até agora, véspera do evento, a principal iniciativa da prefeitura para aproximar do Pan-Americano a população incapaz de comprar ingressos para os jogos.

Há quem considere isso um barato. Eu acho pouco. Mas, a bem da verdade, d´incoerência não vejo traço. Com o poder público municipal, mormente nesta gestão sem-fim, sempre foi assim: integração zero, assistencialismo dez.

Tradição carioca

Um cambista, vestido de Botafogo, cobra R$80 por um ingresso vendido oficialmente a R$150.

(Mas, registro, esta nota nada tem a ver com a que está acima).

Nunca na história deste país...

Jamais se viu tanta polícia nas ruas do Rio de Janeiro. É segurança ostensiva mesmo. Uma cousa!

Mas que não nos mal-acostumemos: nada disso é para o nosso bico, cidadão carioca. Afinal, alguma hora o Pan acaba, o presidente do Panamá vai embora, e tudo volta ao normal.

Luz

A organização da festa d´abertura avisa que o show d´iluminação hoje no Maracanã pode até superar o do Sambódromo durante o carnaval.

(Com esta promessa só se animará quem jamais viu os desfiles na Sapucaí)...













A propósito

Se você perdeu as últimas apresentações da Imperatriz Leopoldinense no carnaval mas acompanhará a abertura do Pan, fique tranqüilo: a festa hoje no Maracanã, como mostram as fotos, será um enorme desfile da escola.













Luz?

A maior preocupação dos organizadores da cerimônia d´abertura é o fornecimento de luz.

Apesar dos milhões enterrados na maquiagem do Maracanã e na festa de hoje à noite, não há geradores no estádio e, em caso de queda de luz, os refletores poderão ficar apagados por até quinze minutos. (A Suderj, porém, promete resolver o problema a tempo da Copa de 2014).

O CO-Rio pede que as pessoas vistam branco hoje no Maracanã - para valorizar o espetáculo das luzes, evidente. Eu peço que levem isqueiros, de modo que tenhamos como alternativa a boa e velha iluminação popular.

Não importa que se tenha gastado uma fortuna de dinheiro público, leitor, é sempre bom termos um plano B...

Emissão de gases

Entrou em funcionamento ontem o Centro Estadual de Administração de Desastres, na Praça da Bandeira, com detectores de gases que captam desde fumaça de cigarro a substâncias tóxicas nas imediações das arenas de competição.

É tecnologia de ponta – porém, humanamente compreensiva: ventosidades d´origem intestinal, por exemplo, não serão detectadas. O leitor pode curtir o Pan tranqüilamente.

(O equipamento, americano, custou U$700 mil).

Tempo de Bebel

Duas camareiras da Vila do Pan foram já demitidas por se relacionar, digamos, amorosamente com os atletas. Uma d´elas foi mesmo pega em flagrante a dormir com um cubano.

Admoestada por este repórter, mas sem querer se identificar, uma arrumadeira declarou: “Acho que os atletas não estão mais agüentando se segurar. Então, aqueles que não estão se dando bem com as atletas procuram a gente. Alguns até nos oferecem dinheiro para que a gente fique com eles. Eu mesma já recebi alguns convites. Um deles era para ganhar R$ 200 por uma noite. Mas não sou desse tipo de mulher, por isso rejeitei” – contou.

Como nem todos os atletas são, digamos, disciplinados como o ginasta Diego Hipólito, acho que o CO-Rio, em vez de investir tanto em spas etc., deveria infiltrar “esse tipo de mulher” na Vila.

Ainda está em tempo do Pan do Rio de Janeiro compreender e explorar a verdadeira vocação esportiva da cidade.

(O leitor acha que o atleta da foto acima veio a estes jogos por quê)?

Engenhão

A seleção feminina de futebol estreou com vitória ontem no Engenhão. Mas as informações sobre a partida tinham de ser passadas quase que com sinal de fumaça. O jogo já começara fazia quinze minutos e, na tribuna de imprensa, técnicos ainda instalavam os monitores de tevê. (O serviço só passou a funcionar no segundo-tempo). Pudera: até mesmo para quem trabalhava com computadores portáteis faltavam pontos d´eletricidade.

Quem sabe se até a Copa de 2014...

Engenhão II

Como se vê na foto abaixo, o estádio é de primeiro mundo. A população, não.

(Onde se nota fiação aparente e buracos, sim, havia dois telefones públicos).














Campanha pela civilidade

Não se esqueça, leitor: hoje tem o vascaíno Lula no Maracanã – e vaia nele!

3 comentários:

Anônimo disse...

Andreazza, há policiamento ostensivo pela cidade, sim. Mas neste fim de semana, descobrirei se a cidade do Cesar Maia inclui também o subúrbio.

C.A. disse...

Decerto que não, Focca. O prefeito despreza os subúrbios.

Anônimo disse...

Hoje, a Mariana Brochado caiu no choro, quando viu a movimentação para o Pan. Quem diria: musa tribuneira em Atenas 2004, hoje fora. Alguém disposto a consolá-la?