20.7.07

Notas pan-americanas VIII


Incompreensão profunda

O alcaide César “O Generoso” Maia, senhor da cretinice marqueira, anuncia qu´a prefeitura criará projeto d´incentivar a prática do badminton na rede municipal d´ensino, estimulada pela medalha de bronze da dupla Guilherme Kumasaka e Guilherme Pardo nos jogos Pan-Americanos.

D´acordo com o prefeito, a modalidade passará a ser ensinada nas escolas, vilas olímpicas, praças, praias e comunidades carentes da cidade. O objetivo é ter cerca de quinhentos mil praticantes – com a intenção magnânima de formar campeões de nível olímpico, qual se fosse esta função primacial dum governo em cujas salas de aula faltam professores de português.

Ainda segundo o alcaide, o material necessário à prática do esporte não é caro, bastando rede e quatro petecas, pois qu´a marcação da quadra pode ser feita com quaisquer chinelos e a partida, jogada ao ar livre.

Parece-me evidente que, agora, as crianças deixarão de jogar futebol nas ruas para se dedicar ao badminton. E que, em breve, estaremos oferecendo ao mundo petequeiros campeões da estirpe dum Júnior Baiano, dum Edmundo etc.

Grandes cidadãos.















Edinanci Silva


Não importa a cor da medalha. Ela é o que o Brasil tem de melhor neste Pan.

Propaganda do regime IV

Eles [foto abaixo] são atletas, cubanos e, óbvio, nos intervalos entre treinos e competições, consomem. Loucamente.

Compram aparelhos de DVD, computadores, tênis e, que cousa!, até tapetes d´automóvel, que não utilizarão em seus carros, o que seria luxo dos luxos [ainda se carro possuíssem], mas como servidão à porta de casa...

(Muitas dessas mercadorias, aliás, compradas barato no Brasil, não são para uso próprio, mas para fazer um dinheiro extra, revendidas que serão em Cuba, por fora, tão logo cheguem, por preços às vezes até cinco vezes maiores, ainda assim em conta, tal a escassez de produtos na ilha para quem não é da elite fidélica).












A ameaça comunista descartada


Estas inocentes crianças [foto acima], levadas pelo Focca à Cidade do Rock, poderiam ser cooptadas pelo diabinho comunista não estivessem vendo uma partida de beisebol da seleção cubana.

Constatação sem maldade

Enquanto escrevo, o Brasil tem treze medalhas d´ouro. A Colômbia, dez.

Cofrinho d´ouro

Estes são Thiago Pereira e o mais laureado cofrinho destes jogos Pan-Americanos até aqui.

Autoritarismo gastronômico

Que o CO-Rio dê destaque e exclusividade a seus patrocinadores, Bob´s notadamente, tudo bem, é do jogo – mas que impeça a entrada d´alimentos e bebidas outros, trazidos de casa, nas instalações esportivas do Pan, aí é autoritarismo com viés d´estupidez, o que se agrava se considerada a variedade nenhuma do que é oficialmente vendido, ademais pouquíssimo saudável.

Embora o estatuto do torcedor, tão falado quanto descumprido, não preveja permissão d´entrada para alimentos em arenas de competição, consta de seu artigo 28 que o organizador do evento é obrigado a oferecer opções d´alimentação aos torcedores – e, neste Pan, opções não há. [Abaixo, foto d´enorme fila para comer].

O Ministério Público estadual conseguira ontem liberar judicialmente a circulação d´alimentos de procedência caseira, desde que para consumo pessoal, mas a liminar já foi derrubada pelo CO-Rio.

É briga indigesta.


Incompreensão profunda II

A idéia do governador Sergio Cabral de demolir o estádio Célio de Barros é duma cavalice puro-sangue. Ele diz que, com o Engenhão e sua moderna pista, o atletismo do estado estará garantido – isto como se os atletas apenas competissem...

Esquece-se o governador de que, antes e sobretudo, é preciso treinar, e que o Célio de Barros, por sua localização central e instalações exclusivas para as provas de grama – o lançamento de dardo por exemplo [foto abaixo], que exige, para total segurança, muito espaço –, tem todas as condições de se tornar complexo d´excelência para o atletismo estadual. (Demoli-lo, creio, seria afinal mais caro do que nele investir).

O governador mesmo, ora bastante roliço, bem poderia melhor conhecer o estádio dando umas corridinhas em sua pista. Da cobertura no Leblon, onde mora, é um pulo.


Homenagem tribuneira

A seleção brasileira feminina de vôlei perdeu para Cuba ontem – mas fica aqui a homenagem à grande levantadora Fofão.

4 comentários:

Anônimo disse...

Legal exercer essa função de repórter. Realizo o desejo de minha mãe de ser a nova Fátima Bernardes e não uma reles historiadora (hehe)...

A equipe brasileira de esgrima competiu hoje na classe Florete e obteve o quarto lugar. Formada pelas atletas Deise Falci, Maria Herklotz, Tais Rochel e Silvia Rothfeld, a equipe enfrentou a seleção argentina e, ao obter a vitória, enfrentou a seleção venezuelana, mas não conseguiu passar adiante. Assim, disputaram com a seleção de Cuba o terceiro e quarto lugar.
Como esgrima premia somente o campeão, aqueles que atingem a quarta posição também são premiados por conta da entrega de medalhas pan-americanas. Assim, o Brasil conquista mais uma medalha de bronze.

Anônimo disse...

Já a equipe masculina competiu na classe Espada e perdeu as duas rodadas. A primeira equipe enfrentada foi a seleção cubana e a segunda o time portoriquenho. Nesse momento Fernando Linschoten, Patricio Runnacles, Athos Schwantes e João Souza enfrentam novamente a seleção argentina para decisão de sétimo e oitavo lugares.

Espero ter correspondido ao público tribuneiro. Assim que puder, explico um pouco do que aprendi aqui sobre esgrima.
(Minha praia é mesmo Ginástica Ritmica, não tem jeito...)

Beijos meninos!!

Anônimo disse...

E por aqui a Venezuela faturou ouro na Esgrima por Equipe Masculina - Espada e Esgrima Feminina - Florete.

É isso tribuneiros.
Inté.

C.A. disse...

Obrigado, Aline. Se puder, por favor, nos conte mais do Pan sob teus olhos - ok?