27.12.07

Camunguelo
(1947-2007)

Compositor, flautista, cantor, dançarino, partideiro, chorão, portelense, sambista sempre bem recebido e respeitado, Cláudio "Camunguelo" entrava em qualquer batucada com seu instrumento, seu humor, seus versos de improviso, sua boina branca e seu cordão prateado. Era um dos poucos músicos de sopro capazes de embelezar o samba sem lhe roubar a essência.

Neto de baianos que freqüentaram a Praça Onze, no Rio, Camunguelo - ainda menino - ganhou uma flauta de bambu do pai, que trabalhava na Guarda Municipal, logo que mostrou interesse por música. Aos 16 anos já compunha e, mesmo sem ler partitura, começou a gravar jingles para a Rádio Nacional. Ao dar baixa na Aeronáutica, seguiu a profissão de estivador do cais do porto, além de instalador de letreiros luminosos, ajudante de pedreiro, motorista de táxi e ônibus, entre outras.

Freqüentador do Cacique de Ramos desde 1966, antes mesmo da quadra do bloco virar reduto de bambas (como, aliás, Arlindo Cruz, responsável por seu apelido), foi Camunguelo quem lá introduziu o então moleque Zeca Pagodinho, seu conterrâneo do Irajá e já parceiro nos sambas seminais "Sinuca de bico" e "Amarguras" (dos versos "De que vale a vida/Se eu não tenho a sorte/Se a alma é fraca/Pra que corpo forte?"). Suas músicas foram gravadas por Zeca, Arlindo, Fundo de Quintal, Zé da Velha, Silvério Pontes e outros.

Camunguelo morreu na tarde de segunda-feira (24/12), no Rio, aos 61 anos, vítima de complicações causadas por diabetes.

21.12.07

19.12.07

Franco
Compositor
[1951-18/12/2007]

Médico, carinhosamente chamado de Dr. Franco [José Franco Latari], foi consagrado compositor da União da Ilha do Governador, autor, entre outros, de sambas-enredo clássicos como "Festa Profana" [1989] e "De bar em bar, Didi um poeta" [1991]. Muitas vezes gravado por Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Grupo Fundo de Quintal, importante compositor das rodas de samba de quarta-feira no Cacique de Ramos, foi dos maiores e mais constantes parceiros de Arlindo Cruz. Com Jorge Aragão, criou a vinheta oficial de carnaval da TV Globo.

Diabético, estava internado, com pneumonia, no Hospital Santa Terezinha, na Tijuca, e não resistiu a uma parada respiratória.

7.12.07

Um feliz Natal tribuneiro

Ho-ho-ho...

(Da série "Cada um tem a árvore de Natal que merece").

5.12.07

Império Serrano 2008 [4] - primeira chamada

Leitor folião, a hora é esta!

Quem quiser desfilar na ala Comigo ninguém pode [a ala tribuneira do Império Serrano!] no carnaval de 2008, por favor, escreva para carlosandreazza@tribuneiros.com

Por e-mail, então, passarei todas as $informações$ necessárias.

Em 2008, não custa lembrar, o carnaval é mais cedo, bem no começo de fevereiro - e o Império será a última escola do Grupo de Acesso a desfilar no sábado [dia 2], depois do quê, mostrando quem é quem na passarela, retornará ao seu lugar.

O enredo é uma homenagem à grande Carmem Miranda [sobre o que já escrevi, aqui] e o samba pode ser ouvido no site da escola.

Avante, Império Serrano!

4.12.07

Torcida do Flamengo - tombada?

O alcaide Cesar "Generoso" Maia, supremo canastrão, anuncia qu´o Diário Oficial do município publicará amanhã [quarta-feira, 5 de dezembro] decreto que tomba a torcida do Flamengo como bem cultural da cidade. (E eu lá quero ser tombado)? (E eu lá quero ser tombado em conjunto com a Torcida Jovem-Fla)!?!?

Tombar, vê-se, está na moda. Tomba-se tudo neste país. (Tomba-se sobretudo aquilo que não precisa de proteção; e o conceito de bem cultural vai mais largo que... deixa pra lá)... O prefeito, oportunista máximo, tinha de se lançar na onda. E isto como se não fosse de sua responsabilidade, por exemplo, o Teatro Carlos Gomes, abrigo de gorduchos cupins, e o Arquivo Geral da Cidade, cujo acervo cai aos pedaços perfeitamente como o Rio de Janeiro que deveria documentar.

Agora, por fim, uma questão [que seria altamente fantasiosa, não vivêssemos no Rio da canalhice]: quando a Jovem-Fla desfraldar as bandeiras de Che, Sadam, Bin Laden e terroristas outros, e descer o cacete na PM alegando ser o bem cultural em movimento e plena expressão, toda ação policial de segurança pública [repressão mesmo] será encarada como cerceamento à liberdade de manifestação cultural, né?

D´outra forma, será tremenda incoerência.

30.11.07

Samba - patrimônio cultural brasileiro

Tudo muito legal, tudo muito bonito e merecido - mas, sei lá, isto não há de ser bom sinal... Se eu fosse o pessoal da Vila [foto], só por precaução, bem botava as barbas de molho...

(Outra coisa: era pr´o presidente Lula beijar o pavilhão da escola - ou pra limpar o rosto)?

26.11.07

Paulinho da Viola

"(...) A escola de samba tem uma importância enorme para milhares de pessoas, por isso a gente precisa ter o maior cuidado com o que diz. Escola de samba é uma coisa muito importante. Se eu não concordo com algumas coisas que acontecem lá dentro, isso é outro problema. Ela envolve a vida de muita gente, e eu não posso fazer observações aleatórias ou com descaso. A escola está viva (...)." [Paulinho da Viola - à Playboy de novembro de 2007].

22.11.07

O olhar

"Como na guerra, praticava-se o fogo de barragem, sem olhar a desperdícios, o importante sendo manter o inimigo à distância". [Ciro dos Anjos; A menina do sobrado].

19.11.07

Comigo ninguém pode - versão 2008


Esta é fantasia ["É de trampolim"] com a qual, sob a imponente Coroa Imperial, desfilará a ala tribuneira, a gloriosa Comigo ninguém pode [do estelar passista imperiano Felipe Moura Brasil, o Pim], no próximo carnaval.

Quem quiser, é só chegar!

Nota de rodapé: créditos fotográficos e agradecimentos para o casal F. e Marcelo Moutinho.

14.11.07

Solidariedade é isso...


Leia sobre a nudez beneficente na crônica "Nu com a mão no bolso" em http://www.tribuneiros.com/.

13.11.07

Capoeira Angola - homenagem a Felipe Bezerra

"A capoeira é mandinga, é manha, é malícia, é tudo o que a boca come" - Mestre Pastinha [1889 - 13/11/1981].

(Foto de Pierre Verger).

O raio do piano

Farei agora algo que jamais fiz: indicarei um livro qu´ainda não terminei de ler - e que não é ficção e tampouco reportagem... Mas é qu´este delicioso Alucinações musicais - relatos sobre a música e o cérebro, do psiquiatra inglês Oliver Sacks [Companhia das Letras], impõe-se como exceção, estudo ao mesmo tempo clínico e apaixonado [espiritual?] de casos raríssimos da mente humana, descritos sob prosa escorreita para leitura de quem, como eu, não sabe discernir lobo temporal de lobo das montanhas...

São relatos fabulosos, surpreendentes - de nos mostrar as infinitas possibilidades do cérebro, com ou sem distúrbios previamente identificados, e de como a música pode estimulá-lo a estados emocionais até então insuspeitados, ou ainda evocar memórias antes dadas por perdidas.

Um exemplo notável, talvez o mais pertubador do livro: o sujeito adulto - muito pouco musical, definição própria - que, vítima de um raio, desenvolve compulsão por música de piano e se torna ele mesmo talentoso pianista.

Imperdível, leitor.

12.11.07

Agogô imperiano na Alemanha

E que tal o nosso genial Mestre Átila, em Berlim, dando uma canja no agogô?

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Errata: Arlindo Cruz declarou, questionado por mim em entrevista coletiva na semana passada, qu´o Império do Futuro - escola mirim do Império Serrano - não desfilava há três anos, informação que nos foi negada pelos imperianos Henrique Hoffmann e Francisco Fernandes, segundo os quais a escolinha tem desfilado regularmente.

Melhor assim!

8.11.07

Império Serrano, universal [3]

Eles, eu apostaria, são franceses, mas cantam e tocam [cantam mais que tocam, a bem da verdade] com honestidade o clássico samba-enredo com o qual o Império Serrano desfilou em 1977, "Brasil, berço dos imigrantes", dos grandes Roberto Ribeiro e Jorge Lucas...

Avante, imperianos!

O meu Império outra vez...












Eu me sei bem suspeito, mas achei deslumbrante a gravação oficial para o samba-enredo do Império Serrano de 2008 - cuja primeira passagem, e apenas ela, o leitor pode escutar, já à voz de Gonzaguinha, no bom site Carnavalesco, especificamente aqui.

Em relação à versão anterior, feita para as eliminatórias da escola, gostei do tom mais alto no refrão principal, qu´antes caía e qu´agora é auge para uma melodia que nunca deixa de crescer.

Um elogio, por fim, aos produtores [Leonardo Bessa, mormente] do disco do Grupo de Acesso: bem ao contrário da forma pasteurizada do CD do Grupo Especial, que sempre [sem exceções] sub-aproveita os sambas das escolas, neste trabalho se respeita e valoriza as tradições, estilos e qualidades de cada uma, daí porque me tenha especialmente emocionado ao ouvir um grupo de ritmistas empenhado em reproduzir, na medida do possível, o som peculiar da bateria do Império Serrano, com os agogôs não como mero gracejo d´introdução e bossa, mas como parte e caráter do conjunto, assim como o surdo de terceira, de corte, ao fundo, tão próprio à escola, instigando as caixas imperianas e preenchendo os espaços... Uma beleza!

Não?

******

Tomei conhecimento ontem, para minha surpresa - e vou apurar: o Império do Futuro, escola mirim do Império Serrano, não desfila há três anos, por falta de recursos, presume-se, o que é, mais que lamentável, inadmissível, isto porque se sabe qu´entre as escolas mirins não há rebaixamento e qu´elas servem, para além do efeito lúdico imprescindível a uma infância saudável, à formação de novos compositores, intérpretes, ritmistas, passistas, mestres-sala e portas-bandeiras etc., algo de que o Império Serrano, financeiramente falido e a cada ano mais necessitado de puxar pela prata da casa, não pode abrir mão.

A questão é: quem se responsabiliza por isto e, mais importante, quem se responsabilizará?

5.11.07

Contra o carnaval

Na hora H, tenho certeza, a cousa vai se desenrolar - mas é violentamente inaceitável que sequer se avente a possibilidade d´o Cordão do Bola Preta não desfilar no próximo carnaval, quanto mais no ano em que completará noventa anos.

É sabido qu´o bloco deve algo em torno de um milhão de reais - e não estou aqui para ignorar a dívida ou propor que se a desconsidere... Não. Mas para exigir, sem favor, qu´os credores - a prefeitura e o governo do estado - admitam negociar e se empenhem, em nome desta já tão vilipendiada cidade, numa forma alternativa viável para o pagamento do montante, a respeito do que o Bola Preta, na figura de seu presidente, Sr. Pedro Ernesto Marinho, quer tratar, o que fica evidente no pedido d´audiência, em caráter d´urgência, com os excelentíssimos viajantes Cesar Maia e Sergio Cabral Filho, a qu´ambos, até agora, não atenderam.

Em tempo: no último sábado de carnaval, o Cordão do Bola Preta reuniu cerca de quatrocentas mil pessoas no Centro da cidade - e mais não escrevo.

31.10.07

Copa de 2014 no Brasil - quem garante?

O teatro que se encenou ontem em Zurique não terá resenha de valor algum acaso o Brasil não se transforme já num país sério, com capacidade de cumprir metas e prazos inadiáveis, com poder d´investimento - e investimento planejado, bem entendido -, do qual se preste contas qual exige a decência, mormente quando se sabe qu´evento de tal magnitude, não importa onde, jamais foi erguido sem recursos públicos, daí porque também se torne obrigatório que, ao cabo da festa esportiva, às cidades-sede sejam legados avanços estruturais de melhorar a vida da população.

Ao Rio de Janeiro, para além da farra pontual, de nada valerá a Copa do Mundo se não houver, por exemplo, metrô - de preço acessível - até a Barra da Tijuca, se não se empreender um programa honesto e efetivo de despoluição da Guanabara, e se a política de segurança pública não se impuser, sob inteligência mais que propaganda, em médio e longo prazos, a despeito de governantes vaidosos e cidadãos egoístas.

Tudo, projetados sete anos adiante, é incerto, e se me perguntarem do que estou absolutamente seguro para então, havendo ou não Copa no Brasil, responderei: Ricardo Teixeira será presidente da CBF.

Ou seja: nada a comemorar - por ora.

30.10.07

Se a Argentina pode...

Dona Marisa Letícia, presidente do Brasil - eu acredito!

29.10.07

Gonzaguinha - a voz do Império Serrano para 2008

Com bela voz grave, Gonzaguinha, prata da casa, é um intéprete simples, sem firulas ou vícios, que não faz lobby, que gosta e valoriza a escola, e que, grato, saberá retribuir ao Império a confiança - o microfone que já foi de Roberto Ribeiro! - nele investida.

Que assim seja!

25.10.07

Notícia para um náufrago que, de repente, voltasse à civilização...




Otimistas, arqueólogos cariocas afirmam qu´escavações já em curso [vide fotos] podem descobrir, em pleno século XXI, o fóssil de políticos marqueteiros [alcaides, mormente] e de planos urbanísticos falaciosos, soterrados durante imensa e incontrolável tempestade que sobre a cidade se abateu, estimam, na primeira metade do século XVII, quando o então jovem Rio de Janeiro não possuía ainda estrutura que suportasse fortes chuvas...

23.10.07

Ê, meu amigo Charlie...

O cabeçudinho inglês Charlie Thomas, de 3 anos, foi imitar o Harry Potter colocando um cone de trânsito na cabeça para se sentir o mago, e acabou precisando de três (!) bombeiros para tirar.

Eu sei como é, Charlie, eu sei como é...

Império Serrano é samba!

O Império já tem samba-enredo para 2008.

Em decisão [incontestável] anunciada quase às seis da manhã, após a apresentação de quatro finalistas, o de Arlindo Cruz e Aluízio Machado entre eles, venceram os compositores da Serrinha - Marcão, Marcelo Ramos, Vando Diniz, Chupeta, Henrique Hoffmann, William Black, Celso Ribeiro e Zé Paulo.

Acima, o vídeo da [candente] passagem vitoriosa, que fez a quadra inteira [lotada numa madrugada de segunda para terça-feira!] cantar junto.

Quem, como eu, tinha ainda dúvidas sobre qual seria o melhor, àquela altura estava já certo de que a escola fechara natural e sabiamente com o samba ganhador - raçudo como deve ser sempre o samba do Império Serrano.

Uma belíssima noite imperiana em Madureira - prenúncio do grande carnaval que faremos.

A letra:

LUZ, DIVINA LUZ
EU QUERO OUVIR O SEU CANTAR
IMPÉRIO SERRANO É SAMBA,
É CARMEN MIRANDA, É POPULAR
PEQUENA NOTÁVEL, DE TI EU SOU FÃ
OH! DEUSA DO BALANGANDÃ
NA IMENSIDÃO DE UM SONHO
VIAJEI NA FANTASIA
NO RÁDIO, NO CINEMA, NOS CASSINOS DEU UM SHOW
A FINA FLOR DA BOEMIA

NO TABULEIRO DA BAIANA TEM?
TEM REQUEBRADO, TEM QUITUTE, TEM AMOR
E NESTA FESTA VOU SAMBAR TAMBÉM
COM PANDEIROS TAMBORINS E AGOGÔS

SUA VOZ ECOA PELO AR
AO SOM DE LINDAS MARCHINHAS
SEU NOME ATRAVESSOU FRONTEIRAS
UM BUQUÊ DE POESIAS
SE INTERNACIONALIZOU, SAMBA IOIÔ
FEZ O TIO SAM SAMBAR, SAMBA IAIÁ
ESTRELA QUE BRILHA, TU ÉS MARAVILHA
NUM LINDO CÉU AZUL ANIL
A PORTUGUESINHA QUE VIROU RAINHA
ORGULHO DESTE MEU BRASIL

MEU IMPÉRIO OUTRA VEZ
VEM NO BALANÇO DO SEU CORAÇÃO
EU SOU VERDE-E-BRANCO COM MUITO ORGULHO
SOU EMOÇÃO

18.10.07

A Xuxa também já foi melhor...

Confira lá no elegante blogue da Reserva (decore, leitor: http://comumbotaoamais.blogspot.com/) o quão saidinha era a Rainha dos Baixinhos, no Clube da Criança, da Rede Manchete.

Ele também é (era) o cara...

Steven Seagal, senhoras e senhores! O maior samurai de todos os tempos - no tempo em que ele não era um guitarrista obeso...

Império no sangue

Eu vou pedir ao leitor tribuneiro que, clicando aqui, leia, por favor, o texto qu´o escritor Marcelo Moutinho, grande imperiano, escreveu em seu site. Tem, ao mesmo tempo, tudo e nada a ver com escola de samba...

O leitor entenderá. E me agradecerá pela sugestão.

17.10.07

Ele é o cara...

Lançamento nos EUA: 25 de janeiro de 2008.

A caravana tribuneira já está de malas prontas...

Sugestão de [muito boa] leitura internética

O leitor tribuneiro, d´altíssimo gosto comprovado, não se decepcionará em conhecer o blogue da poderosa grife Reserva, Um botão a mais, garbosamente editado por mim e pelo compadre Pim, com conteúdo gerado também pelos jornalistas Guilherme Gentil [Paris], Ricardo Solimões [Nova York] e Juan "Danado" Nuñez [Madri].

(Uma baita equipe)!

A proposta, ver-se-á, é diferente desta de cá - mas não menos bacana, estou certo - e toma já parte em vultoso projeto tribuneiro a ser, em breve, divulgado. (Aguardem, aguardem)...

O leitor, por favor, fique à vontade para, como faz aqui, comentar, criticar, elogiar e, sobretudo, esculhambar. Muito nos honrará!

http://www.comumbotaoamais.blogspot.com/

16.10.07

Ode ao medíocre

Dunga na calçada da fama do Maracanã... E o Obina?

Dirija ereto


E você ainda corre nas estradas? Leia a bem-humorada crônica "Dirija ereto", de Felipe Moura Brasil, em http://www.tribuneiros.com/.


15.10.07

Rachel de Queiroz e o pecado da carne

Maré baixa, de Rachel de Queiroz, publicada na revista O Cruzeiro de 5 de dezembro de 1973:

Se a carne é a fraca e o espírito o forte, evidentemente a carne cansou. Essa história de pornô, que parecia uma onda avassaladora a devorar a civilização cristã, já entra bem na maré baixa, principalmente onde parecia ter os seus focos mais eruptivos. Na Dinamarca, que por algum tempo foi a capital universal da pornografia com praticamente todo um bairro de Copenhague dedicado à especialidade - lojas, cinemas, night-clubs, teatros, livrarias e bordéis -, lá, o comércio pornográfico entrou em tal recesso que a maioria dos estabelecimentos fechou portas ou se dedicou a outros ramos, porque a exploração dos chamados baixos instintos do homem não estava mais compensando. É o que contam os turistas.

Na literatura, no cinema, já se esboça uma reação – ou antes, uma retração; porque a permissividade não é geralmente combatida. Ela se insinua, é aceita, penetra – há um momento em que parece que vai tomar conta de tudo -, mas nesse auge começa a cansar e acaba naquela grande fadiga e nojo.

Aos poucos, parece, tudo irá voltando às proporções de antes. Ou talvez não volte nada ao que era antes; muitos tabus foram quebrados, muitas liberdades conquistadas. Mas sobre tudo isso há de pairar uma nova inocência, fora daquele frenesi malsão que acabara por dividir as populações afetadas em dois grupos cooperativos: uma metade de exibicionistas e a outra metade de voyeurs. Uns se desmandando, os outros vendo e aplaudindo.

A verdade verdadeira é que o pecado da carne é o mais raso e mais pobre de todos os pecados. A inocente colegial dos tempos de dantes ouvia falar veladamente nos abismos do “mundo” e imaginava com temor e curiosidade que abismos seriam esses, que prazeres, que delírios suas profundidades esconderiam. Mas, chegada a idade adulta e a experiência, descobre que afinal o pecado da carne está muito mais na imaginação do que na carne propriamente; que, esvaziado das ilusões do amor, é monótono, fatigante, mecânico. As invenções delirantes do Marquês de Sade não passam mesmo de invenções e delírios de maluco. Na realidade não existem, são meras lucubrações de paranóia, impraticáveis. A louca mocidade de Santo Agostinho, à luz do que se vai sabendo, quão louca seria? E, mormente, parece que é esta a grande descoberta post-onda: ao contrário do que se suponha e se pregava, a gratificação trazida pela carne é muito pouca e muito curta. Sexo (que no final de contas toda essa mitologia se reduz apenasmente a sexo), sexo é uma função do corpo, como o comer e o respirar, e dela se pode tirar muito pouca coisa, além da sua destinação específica. Quer dizer que a mais desvairada das Messalinas, com todos os seus delírios, talvez não tire do sexo nada mais do que dele recebe uma honesta mãe de família, bem casada, bem comportada, bem amada.

Sendo assim, então, para que armar pelo mundo toda a imensa máquina da pornô, comercializada e industrializada? É o que o mundo vai descobrindo.


(Ilustração: O pecado original, de Gustave Doré, 1832-83).

Não, a Copa do Mundo não começou ontem

Empatada a pior partida de futebol de todos os tempos, será [!?] qu´alguém capaz de se comunicar na língua dos senhores Dunga e Galvão Bueno poderia lhes informar que Maicon e Vagner Love não podem jogar no escrete, qu´a seleção da Colômbia não é a da França, que Bogotá não é Frankfurt e que, por favor, eliminatória não é Copa do Mundo.

Obrigado.

13.10.07

Bogart, Wayne, McQueen e...


Paulo Autran
1922-2007

...este, pelo menos, não fez tanta propaganda daquilo que o matou.

"Eu gostaria que ficasse claro que ele morreu porque fumava." (Karin Rodrigues, viúva de Paulo Autran).

"A partir da década de 40, sobretudo, uma indústria (tabagista) viu na outra (cinematográfica) a oportunidade de crescimento, e juntas fizeram uma porção de criancinhas do planeta fumarem. John Garfield, James Dean, Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, John Wayne, Clint Eastwood, Steve McQueen e, mais tarde, Sharon Stone – sem contar uma porção de James Bond - contribuíram decisivamente para tornar as Katmandus ainda piores. De nada adiantou que Bogart, Wayne e McQueen morressem de câncer de pulmão. Suas tragadas, claro, sempre foram mais famosas que as causas de suas mortes". [Felipe Moura Brasil; Katmandu, 13/07/2007 - leia a crônica completa em http://www.tribuneiros.com/].

11.10.07

Cow Parade III

A pedidos, uma edição internacional... Óbvia, sim, mas incontestável - não?

Rostos brasileiros: Mãe Dina de Oxóssi, Propriá (SE)


Que nada, leitor: é Doris Lessing, britânica, 87 anos, escritora, Prêmio Nobel de Literatura.

9.10.07

Melhor que ser surdo...














O problema de quando há jogo da seleção é ter d´aturar - ter d´ouvir! - este tipo.

Vale tudo por um lugar ao sol...

Pressionado por grupos religiosos incomodados com a referência ao anticristo e com a presença da suástica, o carnavalesco Cid Carvalho, da Estácio de Sá, cortou de seu desfile o figurino à direita, embora já o tivesse apresentado à comunidade.

Sorte da escola - porque a fantasia estava feia pácas... Espero, porém, qu´as outras, sem citar o sete-peles, mantenham o patrão de mau gosto.

Este imperiano aqui, pouco se importando com o politicamente correto, muito agradecerá.

******

Leia A cidade-família, no site da Casa, e monte o mapa-múndi tribuneiro.

Cow Parade II

5.10.07

Clementina - 1979

O Jornal da Globo abriu concurso internético para eleição da mais bela capa de disco brasileiro. Não vi quais concorrem - e tampouco o farei.

É que, a este respeito, tenho opinião mais que formada ou, melhor dizendo, tenho o pé bem firmado no chão.

Quelé neles, malandragem!

(Disco Clementina, de Clementina de Jesus, 1979, EMI).

Cow Parade

4.10.07

Nota d´esclarecimento

Venho por meio desta esclarecer que, sim, a informação procede: fui de fato procurado pela diretoria do Império Serrano, a qual, mui gentilmente, consultou-me sobre a possibilidade d´eu substituir o intérprete Nego [na foto, entre Tia Eulália e Dona Elaine, viúva de Silas de Oliveira] e assim ser o puxador oficial da escola para o carnaval de 2008 - convite que, mais emocionado qu´envaidecido, recusei, lembrando que, antes de tudo, sou afamado passista da Serrinha e que, portanto, meu lugar na avenida, onde serei sempre mais últil, é entre os meus, lá na ala Comigo Ninguém Pode, agora, aliás, qual novo vice-presidente de D. Marly, o que muito me honra.

Aos meus interlocutores, porém, sugeri - para o excelso posto d´intérprete do Império Serrano, responsabilidade que um dia coube, entre tantos bambas, ao inesquecível Roberto Ribeiro e ao esquecido Quinzinho - outro grande imperiano, o escritor Marcelo Moutinho, que, suponho, aceitará a empreitada... Aguardemos. (As negociações, pelo que soube, já estariam em adiantado curso).

3.10.07

Modigliani II

Modigliani foi o romantismo inteiro. (O vivido, ora; não o movimento artístico-filosófico, pelamordedeus). Foi o romântico absoluto, isto sim, exagerado, perturbado, incoerente, irônico, debochado, surpreendente, amantíssimo sempre, frio jamais, fiel a seu modo e assim fidelíssimo, explosivo às vezes, muitas vezes, arrependido em todas e previamente, raramente agressivo, mas violentíssimo e sem fim com quem desprezasse e contra injustiças, mormente. Boêmio incontornável. Miserável extremo. Drogado máximo - haxixe, no mais das vezes, embora não negasse o que se lhe oferecesse, entorpecesse.

Em matéria de sofrimento, experimentou-o todo, em todas as possíveis modalidades, dentre as quais destaco a mais interessante, pouco explorada porém, qual seja, o sofrimento artístico, pois que, conhecido principalmente como pintor, grande pintor, d´obra única, gostava mesmo, ou gostava sobretudo, d´esculpir, ofício do qual bem cedo foi alijado pelo agravamento duma de suas doenças, a tuberculose [que o mataria, afinal], que se despertava em crises violentas quando por ar encontrava o pó das pedras...

2.10.07

Modigliani

Há quem diga que Picasso, por última palavra antes de morrer, sussurrou: Modigliani... É improvável. (Modigliani, afinal, era homem)...

Decerto, porém, outro artista contemporâneo seu Pablo Picasso não admirou e invejou mais que Amadeo Modigliani [1884-1920], boêmio na acepção da palavra, sucesso quese incondicional com e entre as moças de Paris, pintor d´originalidade única, sem escola ou herdeiros para a elegante leveza alongada-ovalada dos traços, seguramente o mais falsificado do século XX, talvez porque aos impostores ocorresse considerar que para tamanha simplicidade de resultado correspondesse equilivalente [e pública] facilidade d´execução...

Ou seja: caíram todos. Cedo ou tarde, todos... Modigliani, no entanto, permanece, enormíssimo - e quanto mais se sob a honra de ser o pintor favorito deste tribuneiro que cá escreve.

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Leia A missa II, lá no pecador site da Casa, e garanta vosso lote na fogueira dos hereges...

1.10.07

Tuninho Fuleiro [1949-2007]

Filho do grande Mestre Fuleiro, fundador e eterno diretor de harmonia do Império Serrano, Antonio dos Santos Filho, o Tuninho Fuleiro [na foto, o primeiro à esquerda], foi mestre de bateria da escola por dezoito anos, entre as décadas de setenta e oitenta, e integrava a Velha Guarda show, por meio da qual levava aos palcos toda a beleza qu´emana daquele pedaço de chão onde nasceu e se mantém o Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano.

27.9.07

Será qu´eles se confundiram?

Acompanhei, com atenção, os minutos finais da derrota alvinegra para o River Plate, faz pouco, em Buenos Aires - e então me ocorreu hipótese assaz honesta e capaz d´explicar o vexame do Botafogo, que consistiu em que, apavorados, seus jogadores, embora contando com dois atletas a mais [sem considerar o árbitro], simplesmente entregassem, nos estertores do match, a classificação [a mais fácil de que se tem notícia na história do futebol] para o adversário rubro-negro. Eis, afinal, a hipótese...

As cores são as mesmas, o patrocinador também... Déjà vu? Será?

De todo jeito, aqui fica a solidariedade tribuneira para com os bons amigos botafoguenses.

São Cosme e Damião - a fé no pé-de-moleque

De pé descalço como ontem e hoje, por favor e sorte, com a licença de Doum e as graças dos ibejis do candomblé - gêmeos amigos das crianças [aqueles qu´agilizam qualquer demanda em troca de doces e guloseimas] -, e sob as sombras d´Igarassu do Pernambuco, celebramos aqui a memória de Cosme e Damião, os santos pobres, os verdadeiros sobreviventes!, senão lembremos o percurso da milagrosa resistência: d´início afogados, foram salvos por anjos; em seguida, ao fogo, queimadura uma não tiveram; depois, apedrejados, viram as pedras voltarem contra quem os atacava, por fim morrendo degolados, qual ilustra, à esquerda, o óleo de Fra. Angelico.

E que vença com a crença quem tem seu axé.

******

Leia, no Arquivo de textos do site da Casa, Cosme e Damião, de 25/09/2006.

26.9.07

Discurso multiuso

(...) "É preciso reverter essa lógica aparentemente realista e sofisticada, mas na verdade anacrônica, predatória e insensata, da multiplicação do lucro e da riqueza a qualquer preço". (...)

Bonito, muito bonito... Mas para que platéia o presidente Lula fez este discurso:

- para os inescrupulosos chefes-de-estado primeiro-mundistas presentes na Assembléia Geral da ONU?

- ou para a bandida base aliada no Congresso Nacional, que negocia os cueiros com o governo, desta vez para prorrogar a CPMF?

(Ah, sim, em tempo: o discurso se deu na ONU, em Nova York).

25.9.07

Marcel Marceau [1923-2007]




Morreu sábado, em Paris, o irresistível mímico francês Marcel Marceau, qu´ora homenageio com a lembrança duma apresentação dele aqui no Rio, no Theatro Municipal, durante a qual dormi longa e profundamente.

Qu´ele também, agora, descanse em paz.

Sobre ser [ou não] sambista


Candeia [Antonio Candeia Filho] é a minha definição para sambista. (E haverá quem, com toda a propriedade do mundo, lembre de Paulo da Portela, Mestre Fuleiro, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Geraldo Pereira, Marçal, Padeirinho, Neoci de Bonsucesso, Martinho, Luiz Carlos da Vila, Almir Guineto)... Não importa. Todos, humanos, uns mais falíveis qu´outros, todos viveram [e vivem] absolutamente confundidos com o samba, que criaram, tocaram, dançaram, cantaram, às vezes tudo ao mesmo tempo, tudo sempre muito bem. (Presente, futuro e memória). Tudo: sempre.

Escrevo isto a propósito de papo internético mantido nos comentários para a nota Que assim seja, publicada cá neste blogue a 18 de setembro, em qu´a leitora Olga [a Olímpica!] e o tribuneiro fundador Focca discutem a "sacralização" do samba e uma certa patrulha, inegável, definidora de quem seja ou não sambista, tendo como base o novo disco [muito bom] da Maria Rita, que se inicia com um samba dolente em qu´ela, d´alguma maneira, pede licença, respeitosa e reverentemente, para cantar o gênero. (Isto de qu´o Focca não gosta e que Olga e eu, mais do que talvez gostarmos, compreendemos).

Em determinado momento, com razão, o Focca se recorda de conversa que tivemos, anos atrás, sobre ser [ou não] sambista, na qual eu dizia não me considerar um [e não me considero ainda hoje, como não me considerarei quando, enfim, cantar pra subir], a despeito de só ouvir samba, de conhecer samba, de freqüentar o samba, d´admirar e mesmo idolatrar os sambistas - e d´experimentar a felicidade completa sempre que na quadra do Império Serrano...

Definitivamente: não é [não será] o bastante.

(E não me considero sambista, bem entendido, para muito além de não cantar, tocar ou sequer dançar o samba). (Tocasse cavaquinho como Mauro Diniz e não o seria). (Cantasse qual Roberto Ribeiro, qual Ciro Monteiro, qual Sereno - e não o seria). (Sambasse como Ubirany, como Pim - e não). (Compusesse como Paulinho da Viola - e nem assim). (Não me considero sambista simplesmente porque sei considerar quem o é).

Eu vinha de ler, então, artigo do grande Claudio Jorge - cantor de fino trato, compositor da Vila Isabel, parceiro de João Nogueira e Nei Lopes, outrora violão de Ismael Silva, hoje de Martinho -, em qu´ele, com este [resumido] currículo todo, comparando-se aos bambas com os quais convivera e convivia, apesar d´amar e viver no samba, escreveu que não era um sambista, que não se sentia um, essencialmente, que não vivia só do samba e não o tempo inteiro, qu´o samba não lhe era ar, que não esteve sempre ligado ao samba, que não nasceu no samba etc.. Eu achei aquilo tão bonito, tão honesto, tão humilde, tão severo... Tão verdadeiro. E isto porque, ao mesmo tempo, se considero Claudio Jorge um sambista, sim, entendo qu´ele não se considere.

Ser e se dizer sambista é coisa séria para quem conhece um. E para tanto sempre faltará... Quem já esteve numa roda de samba com Jovelina, com Zeca Pagodinho, com Wilson Moreira, com Dona Ivone, com Xangô da Mangueira, com Jair do Cavaquinho, quem já viu tocar Gordinho, Ovídeo, Wilson das Neves, Esguleba, Arlindo Cruz - quem já ouviu, sabe... Há um laguidibá invisível no pescoço do sambista - e laguidibá, o mistério, é colar de firmamento. (Não d´ornamento).

Ser sambista, este valor absoluto, esta presença incontornável, não comporta poréns, senões, parênteses. Não se tira - nem se quer - férias de. Não é moda. (Embora não faltem laguidibás, bem visíveis, nos pescoços por aí)... Não é capricho. Não é profissão. Não é prazer de final de semana. Não é carnaval uma vez por ano ou fora d´época. Não é de morro. Não é de preto. Não é de curimba. É definitivo, como o sangue. É corrente, como o rio. É o que fala mais alto - e não somente: é o que fala mais alto e se assume. Sou. É o que se segue. É brotado mais que nascido. É andar à vontade, mas numa pisada certa. É chegar chegado. É reverência mais que saudade. É referência. É guia. É quilombo de [para] si mesmo e é encontro de quilombolas - num sonho ou lá em Acari...

Quanto mais se vive o samba e, d´algum jeito, quanto mais se o compreende, mais modestamente se valoriza o próprio espaço, o privilégio de poder ouvi-lo, conhecê-lo - e mais profundamente se respeita o lugar dum Candeia.


[Claudio Jorge, à direira, ao lado de Luiz Carlos da Vila; e lá em cima, capa do Axé, de Candeia, o mais importante disco de samba].

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Leia a resenha tribuneira para o mais novo disco de Maria Rita - Samba meu - no glorioso e tradicional site da Casa.

21.9.07

Alimentando os 5000

Este blogue - jovem, porém maduro - não completou ainda três meses d´existência, mas vem de receber, diretamente de Fortaleza [CE], imaginamos que lá das dunas do Cumbuco, a visita de número 5000.

A Casa Tribuneira, obrigado, obrigado!, em festa pelos quatro anos de vida da matriz, comemora também o sucesso - está no sangue, não tem jeito - desta tão arteira filial.

(Acima, Jesus alimenta os 5000, de Gustave Doré, 1832-83).

19.9.07

Império Serrano - aniversário de Arlindo Cruz



Todos os galos cantaram, todas as cabrochas sambaram, todas as crianças brincaram...

Madureira chorou de alegria com a feijoada em homenagem aos 49 anos de Arlindo Cruz, no último sábado, dia 15 de setembro.

O vídeo acima eu trouxe da Serrinha, com os cumprimentos da nossa presidente de ala, Dona Marly, para que Carlos Andreazza, ausente por motivos de força maior, jamais esqueça onde é o seu lugar.

("Esperança de um mundo melhor/E cerveja pra comemorar")...

Nele - o vídeo -, Arlindo, seu filho Arlindinho e Maurição encerram a festa cantando o samba-enredo de 2007 ("Ser diferente é normal"...) acompanhados pela gloriosa bateria nota 10 de Mestre Átila (aqui sob comando de seus auxiliares) e também da rainha Quitéria Chagas, que, apesar de cada vez mais global, ainda sabe como poucas balançar as cadeiras dentro do compasso.

Gabrielzinho do Irajá, Andréia Café, Marcelinho Moreira, Xande de Pilares, Leandro Sapucahy e, claro, Jorginho do Império também deram suas canjas.

Perci, presidente da minha verde e rosa, me chamou de casaca, mas tudo bem: uma escola em cada grupo, eu disse... Todas as gerações do samba estavam presentes na quadra imperiana.

“Eu quero ver/O amor florescer/Ser diferente é normal/E o Império taí/Pra levantar seu astral/Se liga no meu carnaval”...

Obrigado, C.A.!