31.10.07

Copa de 2014 no Brasil - quem garante?

O teatro que se encenou ontem em Zurique não terá resenha de valor algum acaso o Brasil não se transforme já num país sério, com capacidade de cumprir metas e prazos inadiáveis, com poder d´investimento - e investimento planejado, bem entendido -, do qual se preste contas qual exige a decência, mormente quando se sabe qu´evento de tal magnitude, não importa onde, jamais foi erguido sem recursos públicos, daí porque também se torne obrigatório que, ao cabo da festa esportiva, às cidades-sede sejam legados avanços estruturais de melhorar a vida da população.

Ao Rio de Janeiro, para além da farra pontual, de nada valerá a Copa do Mundo se não houver, por exemplo, metrô - de preço acessível - até a Barra da Tijuca, se não se empreender um programa honesto e efetivo de despoluição da Guanabara, e se a política de segurança pública não se impuser, sob inteligência mais que propaganda, em médio e longo prazos, a despeito de governantes vaidosos e cidadãos egoístas.

Tudo, projetados sete anos adiante, é incerto, e se me perguntarem do que estou absolutamente seguro para então, havendo ou não Copa no Brasil, responderei: Ricardo Teixeira será presidente da CBF.

Ou seja: nada a comemorar - por ora.

30.10.07

Se a Argentina pode...

Dona Marisa Letícia, presidente do Brasil - eu acredito!

29.10.07

Gonzaguinha - a voz do Império Serrano para 2008

Com bela voz grave, Gonzaguinha, prata da casa, é um intéprete simples, sem firulas ou vícios, que não faz lobby, que gosta e valoriza a escola, e que, grato, saberá retribuir ao Império a confiança - o microfone que já foi de Roberto Ribeiro! - nele investida.

Que assim seja!

25.10.07

Notícia para um náufrago que, de repente, voltasse à civilização...




Otimistas, arqueólogos cariocas afirmam qu´escavações já em curso [vide fotos] podem descobrir, em pleno século XXI, o fóssil de políticos marqueteiros [alcaides, mormente] e de planos urbanísticos falaciosos, soterrados durante imensa e incontrolável tempestade que sobre a cidade se abateu, estimam, na primeira metade do século XVII, quando o então jovem Rio de Janeiro não possuía ainda estrutura que suportasse fortes chuvas...

23.10.07

Ê, meu amigo Charlie...

O cabeçudinho inglês Charlie Thomas, de 3 anos, foi imitar o Harry Potter colocando um cone de trânsito na cabeça para se sentir o mago, e acabou precisando de três (!) bombeiros para tirar.

Eu sei como é, Charlie, eu sei como é...

Império Serrano é samba!

O Império já tem samba-enredo para 2008.

Em decisão [incontestável] anunciada quase às seis da manhã, após a apresentação de quatro finalistas, o de Arlindo Cruz e Aluízio Machado entre eles, venceram os compositores da Serrinha - Marcão, Marcelo Ramos, Vando Diniz, Chupeta, Henrique Hoffmann, William Black, Celso Ribeiro e Zé Paulo.

Acima, o vídeo da [candente] passagem vitoriosa, que fez a quadra inteira [lotada numa madrugada de segunda para terça-feira!] cantar junto.

Quem, como eu, tinha ainda dúvidas sobre qual seria o melhor, àquela altura estava já certo de que a escola fechara natural e sabiamente com o samba ganhador - raçudo como deve ser sempre o samba do Império Serrano.

Uma belíssima noite imperiana em Madureira - prenúncio do grande carnaval que faremos.

A letra:

LUZ, DIVINA LUZ
EU QUERO OUVIR O SEU CANTAR
IMPÉRIO SERRANO É SAMBA,
É CARMEN MIRANDA, É POPULAR
PEQUENA NOTÁVEL, DE TI EU SOU FÃ
OH! DEUSA DO BALANGANDÃ
NA IMENSIDÃO DE UM SONHO
VIAJEI NA FANTASIA
NO RÁDIO, NO CINEMA, NOS CASSINOS DEU UM SHOW
A FINA FLOR DA BOEMIA

NO TABULEIRO DA BAIANA TEM?
TEM REQUEBRADO, TEM QUITUTE, TEM AMOR
E NESTA FESTA VOU SAMBAR TAMBÉM
COM PANDEIROS TAMBORINS E AGOGÔS

SUA VOZ ECOA PELO AR
AO SOM DE LINDAS MARCHINHAS
SEU NOME ATRAVESSOU FRONTEIRAS
UM BUQUÊ DE POESIAS
SE INTERNACIONALIZOU, SAMBA IOIÔ
FEZ O TIO SAM SAMBAR, SAMBA IAIÁ
ESTRELA QUE BRILHA, TU ÉS MARAVILHA
NUM LINDO CÉU AZUL ANIL
A PORTUGUESINHA QUE VIROU RAINHA
ORGULHO DESTE MEU BRASIL

MEU IMPÉRIO OUTRA VEZ
VEM NO BALANÇO DO SEU CORAÇÃO
EU SOU VERDE-E-BRANCO COM MUITO ORGULHO
SOU EMOÇÃO

18.10.07

A Xuxa também já foi melhor...

Confira lá no elegante blogue da Reserva (decore, leitor: http://comumbotaoamais.blogspot.com/) o quão saidinha era a Rainha dos Baixinhos, no Clube da Criança, da Rede Manchete.

Ele também é (era) o cara...

Steven Seagal, senhoras e senhores! O maior samurai de todos os tempos - no tempo em que ele não era um guitarrista obeso...

Império no sangue

Eu vou pedir ao leitor tribuneiro que, clicando aqui, leia, por favor, o texto qu´o escritor Marcelo Moutinho, grande imperiano, escreveu em seu site. Tem, ao mesmo tempo, tudo e nada a ver com escola de samba...

O leitor entenderá. E me agradecerá pela sugestão.

17.10.07

Ele é o cara...

Lançamento nos EUA: 25 de janeiro de 2008.

A caravana tribuneira já está de malas prontas...

Sugestão de [muito boa] leitura internética

O leitor tribuneiro, d´altíssimo gosto comprovado, não se decepcionará em conhecer o blogue da poderosa grife Reserva, Um botão a mais, garbosamente editado por mim e pelo compadre Pim, com conteúdo gerado também pelos jornalistas Guilherme Gentil [Paris], Ricardo Solimões [Nova York] e Juan "Danado" Nuñez [Madri].

(Uma baita equipe)!

A proposta, ver-se-á, é diferente desta de cá - mas não menos bacana, estou certo - e toma já parte em vultoso projeto tribuneiro a ser, em breve, divulgado. (Aguardem, aguardem)...

O leitor, por favor, fique à vontade para, como faz aqui, comentar, criticar, elogiar e, sobretudo, esculhambar. Muito nos honrará!

http://www.comumbotaoamais.blogspot.com/

16.10.07

Ode ao medíocre

Dunga na calçada da fama do Maracanã... E o Obina?

Dirija ereto


E você ainda corre nas estradas? Leia a bem-humorada crônica "Dirija ereto", de Felipe Moura Brasil, em http://www.tribuneiros.com/.


15.10.07

Rachel de Queiroz e o pecado da carne

Maré baixa, de Rachel de Queiroz, publicada na revista O Cruzeiro de 5 de dezembro de 1973:

Se a carne é a fraca e o espírito o forte, evidentemente a carne cansou. Essa história de pornô, que parecia uma onda avassaladora a devorar a civilização cristã, já entra bem na maré baixa, principalmente onde parecia ter os seus focos mais eruptivos. Na Dinamarca, que por algum tempo foi a capital universal da pornografia com praticamente todo um bairro de Copenhague dedicado à especialidade - lojas, cinemas, night-clubs, teatros, livrarias e bordéis -, lá, o comércio pornográfico entrou em tal recesso que a maioria dos estabelecimentos fechou portas ou se dedicou a outros ramos, porque a exploração dos chamados baixos instintos do homem não estava mais compensando. É o que contam os turistas.

Na literatura, no cinema, já se esboça uma reação – ou antes, uma retração; porque a permissividade não é geralmente combatida. Ela se insinua, é aceita, penetra – há um momento em que parece que vai tomar conta de tudo -, mas nesse auge começa a cansar e acaba naquela grande fadiga e nojo.

Aos poucos, parece, tudo irá voltando às proporções de antes. Ou talvez não volte nada ao que era antes; muitos tabus foram quebrados, muitas liberdades conquistadas. Mas sobre tudo isso há de pairar uma nova inocência, fora daquele frenesi malsão que acabara por dividir as populações afetadas em dois grupos cooperativos: uma metade de exibicionistas e a outra metade de voyeurs. Uns se desmandando, os outros vendo e aplaudindo.

A verdade verdadeira é que o pecado da carne é o mais raso e mais pobre de todos os pecados. A inocente colegial dos tempos de dantes ouvia falar veladamente nos abismos do “mundo” e imaginava com temor e curiosidade que abismos seriam esses, que prazeres, que delírios suas profundidades esconderiam. Mas, chegada a idade adulta e a experiência, descobre que afinal o pecado da carne está muito mais na imaginação do que na carne propriamente; que, esvaziado das ilusões do amor, é monótono, fatigante, mecânico. As invenções delirantes do Marquês de Sade não passam mesmo de invenções e delírios de maluco. Na realidade não existem, são meras lucubrações de paranóia, impraticáveis. A louca mocidade de Santo Agostinho, à luz do que se vai sabendo, quão louca seria? E, mormente, parece que é esta a grande descoberta post-onda: ao contrário do que se suponha e se pregava, a gratificação trazida pela carne é muito pouca e muito curta. Sexo (que no final de contas toda essa mitologia se reduz apenasmente a sexo), sexo é uma função do corpo, como o comer e o respirar, e dela se pode tirar muito pouca coisa, além da sua destinação específica. Quer dizer que a mais desvairada das Messalinas, com todos os seus delírios, talvez não tire do sexo nada mais do que dele recebe uma honesta mãe de família, bem casada, bem comportada, bem amada.

Sendo assim, então, para que armar pelo mundo toda a imensa máquina da pornô, comercializada e industrializada? É o que o mundo vai descobrindo.


(Ilustração: O pecado original, de Gustave Doré, 1832-83).

Não, a Copa do Mundo não começou ontem

Empatada a pior partida de futebol de todos os tempos, será [!?] qu´alguém capaz de se comunicar na língua dos senhores Dunga e Galvão Bueno poderia lhes informar que Maicon e Vagner Love não podem jogar no escrete, qu´a seleção da Colômbia não é a da França, que Bogotá não é Frankfurt e que, por favor, eliminatória não é Copa do Mundo.

Obrigado.

13.10.07

Bogart, Wayne, McQueen e...


Paulo Autran
1922-2007

...este, pelo menos, não fez tanta propaganda daquilo que o matou.

"Eu gostaria que ficasse claro que ele morreu porque fumava." (Karin Rodrigues, viúva de Paulo Autran).

"A partir da década de 40, sobretudo, uma indústria (tabagista) viu na outra (cinematográfica) a oportunidade de crescimento, e juntas fizeram uma porção de criancinhas do planeta fumarem. John Garfield, James Dean, Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, John Wayne, Clint Eastwood, Steve McQueen e, mais tarde, Sharon Stone – sem contar uma porção de James Bond - contribuíram decisivamente para tornar as Katmandus ainda piores. De nada adiantou que Bogart, Wayne e McQueen morressem de câncer de pulmão. Suas tragadas, claro, sempre foram mais famosas que as causas de suas mortes". [Felipe Moura Brasil; Katmandu, 13/07/2007 - leia a crônica completa em http://www.tribuneiros.com/].

11.10.07

Cow Parade III

A pedidos, uma edição internacional... Óbvia, sim, mas incontestável - não?

Rostos brasileiros: Mãe Dina de Oxóssi, Propriá (SE)


Que nada, leitor: é Doris Lessing, britânica, 87 anos, escritora, Prêmio Nobel de Literatura.

9.10.07

Melhor que ser surdo...














O problema de quando há jogo da seleção é ter d´aturar - ter d´ouvir! - este tipo.

Vale tudo por um lugar ao sol...

Pressionado por grupos religiosos incomodados com a referência ao anticristo e com a presença da suástica, o carnavalesco Cid Carvalho, da Estácio de Sá, cortou de seu desfile o figurino à direita, embora já o tivesse apresentado à comunidade.

Sorte da escola - porque a fantasia estava feia pácas... Espero, porém, qu´as outras, sem citar o sete-peles, mantenham o patrão de mau gosto.

Este imperiano aqui, pouco se importando com o politicamente correto, muito agradecerá.

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Leia A cidade-família, no site da Casa, e monte o mapa-múndi tribuneiro.

Cow Parade II

5.10.07

Clementina - 1979

O Jornal da Globo abriu concurso internético para eleição da mais bela capa de disco brasileiro. Não vi quais concorrem - e tampouco o farei.

É que, a este respeito, tenho opinião mais que formada ou, melhor dizendo, tenho o pé bem firmado no chão.

Quelé neles, malandragem!

(Disco Clementina, de Clementina de Jesus, 1979, EMI).

Cow Parade

4.10.07

Nota d´esclarecimento

Venho por meio desta esclarecer que, sim, a informação procede: fui de fato procurado pela diretoria do Império Serrano, a qual, mui gentilmente, consultou-me sobre a possibilidade d´eu substituir o intérprete Nego [na foto, entre Tia Eulália e Dona Elaine, viúva de Silas de Oliveira] e assim ser o puxador oficial da escola para o carnaval de 2008 - convite que, mais emocionado qu´envaidecido, recusei, lembrando que, antes de tudo, sou afamado passista da Serrinha e que, portanto, meu lugar na avenida, onde serei sempre mais últil, é entre os meus, lá na ala Comigo Ninguém Pode, agora, aliás, qual novo vice-presidente de D. Marly, o que muito me honra.

Aos meus interlocutores, porém, sugeri - para o excelso posto d´intérprete do Império Serrano, responsabilidade que um dia coube, entre tantos bambas, ao inesquecível Roberto Ribeiro e ao esquecido Quinzinho - outro grande imperiano, o escritor Marcelo Moutinho, que, suponho, aceitará a empreitada... Aguardemos. (As negociações, pelo que soube, já estariam em adiantado curso).

3.10.07

Modigliani II

Modigliani foi o romantismo inteiro. (O vivido, ora; não o movimento artístico-filosófico, pelamordedeus). Foi o romântico absoluto, isto sim, exagerado, perturbado, incoerente, irônico, debochado, surpreendente, amantíssimo sempre, frio jamais, fiel a seu modo e assim fidelíssimo, explosivo às vezes, muitas vezes, arrependido em todas e previamente, raramente agressivo, mas violentíssimo e sem fim com quem desprezasse e contra injustiças, mormente. Boêmio incontornável. Miserável extremo. Drogado máximo - haxixe, no mais das vezes, embora não negasse o que se lhe oferecesse, entorpecesse.

Em matéria de sofrimento, experimentou-o todo, em todas as possíveis modalidades, dentre as quais destaco a mais interessante, pouco explorada porém, qual seja, o sofrimento artístico, pois que, conhecido principalmente como pintor, grande pintor, d´obra única, gostava mesmo, ou gostava sobretudo, d´esculpir, ofício do qual bem cedo foi alijado pelo agravamento duma de suas doenças, a tuberculose [que o mataria, afinal], que se despertava em crises violentas quando por ar encontrava o pó das pedras...

2.10.07

Modigliani

Há quem diga que Picasso, por última palavra antes de morrer, sussurrou: Modigliani... É improvável. (Modigliani, afinal, era homem)...

Decerto, porém, outro artista contemporâneo seu Pablo Picasso não admirou e invejou mais que Amadeo Modigliani [1884-1920], boêmio na acepção da palavra, sucesso quese incondicional com e entre as moças de Paris, pintor d´originalidade única, sem escola ou herdeiros para a elegante leveza alongada-ovalada dos traços, seguramente o mais falsificado do século XX, talvez porque aos impostores ocorresse considerar que para tamanha simplicidade de resultado correspondesse equilivalente [e pública] facilidade d´execução...

Ou seja: caíram todos. Cedo ou tarde, todos... Modigliani, no entanto, permanece, enormíssimo - e quanto mais se sob a honra de ser o pintor favorito deste tribuneiro que cá escreve.

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Leia A missa II, lá no pecador site da Casa, e garanta vosso lote na fogueira dos hereges...

1.10.07

Tuninho Fuleiro [1949-2007]

Filho do grande Mestre Fuleiro, fundador e eterno diretor de harmonia do Império Serrano, Antonio dos Santos Filho, o Tuninho Fuleiro [na foto, o primeiro à esquerda], foi mestre de bateria da escola por dezoito anos, entre as décadas de setenta e oitenta, e integrava a Velha Guarda show, por meio da qual levava aos palcos toda a beleza qu´emana daquele pedaço de chão onde nasceu e se mantém o Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano.