4.7.07

O Pan, bem ao gosto do carioca

Ainda restam ingressos para o Pan – pouquíssimos. Sobram, porém, filas – imensas. No Riocentro, importante ponto de vendas, informação não há. Abundam dúvidas, todavia. Em qual fila, por exemplo, entrar? Contei doze. E por que tantas? (Silêncio olímpico).


Ao contrário do que noticiara o comitê organizador (CO-Rio), não há mais entradas para as finais de futsal, vôlei, vôlei de praia e ginástica artística. Divulgar esta informação, aos gritos que fosse, talvez minimizasse o problema. Boa parte das gentes qu´eternizam as filas desejam esses ingressos – mas não os sabem esgotados.

Os funcionários da Ticketronics desafiam a estupidez – ou estarão a debochar? Certeza tenho, porém, de que, por lento que seja o sistema de vendas, jamais superará o cágado mental dos vendedores. Um rapaz quer saber se há ingressos para o basquete – apenas isto. A funcionária da empresa, contudo, solicita-lhe que procure se informar na internet. Há revolta, enfim. (E terá demorado)... A polícia é chamada. Ou melhor: a Força Nacional de Segurança, perdidíssima, a pobre. (O equipamento, no entanto, é um espetáculo - e novinho-novinho).



Cambistas, esses cariocas essenciais, estão por toda parte. Meia dúzia d´eles, faz pouco, foi presa no Maracanãzinho. No bolso: dezenas d´entradas (nenhuma falsa) e cerca de dez mil reais. A delegacia do consumidor, satisfeita, promete mais operações desta grandeza. É bom que atue no Riocentro também. (E no Estádio de Remo, na Arena de Copacabana)... Como se sabe, assim, de seis em seis, dia sim, dia não, aqui e não ali, logo-logo estarão extintos os cambistas e a população – esta crente inabalável – não se verá mais achacada de todos os lados no que se pretende simples lazer esportivo.

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Para reflexão: o carioca adora fila - ou será tão-só um precavido?

A questão me surgiu diante das pessoas - dezenas - que aguardam horas a fio, não importam quantas, sempre comodamente instaladas em cadeiras de praia, que naturalmente trazem de casa.

A cadeira de praia, esta indolente, sabe-se, é instrumento anti-revolucionário, agente de controle das massas - e creio mesmo que os governantes do Rio de Janeiro muito devem a ela.

3 comentários:

Anônimo disse...

Reparei uma coisa gozada nos posts do blogue. Como em blogue, fica marcada a hora em que o texto entrou, reparei um pouco a respeito da inspiração dos escritores. Enquanto Andreazza fica inspirado sempre entre 10h e 11h, Pim é mais solto em sua rotina. Ele escreve ás 16h, 18h, 20h, mas nunca antes de meio-dia. É curioso.

C.A. disse...

Eu só sei escrever de manhã, Focca. No resto do dia, trabalho. (E leio).

Felipe Moura Brasil (Pim) disse...

É muito curioso, Foca.