13.11.07

O raio do piano

Farei agora algo que jamais fiz: indicarei um livro qu´ainda não terminei de ler - e que não é ficção e tampouco reportagem... Mas é qu´este delicioso Alucinações musicais - relatos sobre a música e o cérebro, do psiquiatra inglês Oliver Sacks [Companhia das Letras], impõe-se como exceção, estudo ao mesmo tempo clínico e apaixonado [espiritual?] de casos raríssimos da mente humana, descritos sob prosa escorreita para leitura de quem, como eu, não sabe discernir lobo temporal de lobo das montanhas...

São relatos fabulosos, surpreendentes - de nos mostrar as infinitas possibilidades do cérebro, com ou sem distúrbios previamente identificados, e de como a música pode estimulá-lo a estados emocionais até então insuspeitados, ou ainda evocar memórias antes dadas por perdidas.

Um exemplo notável, talvez o mais pertubador do livro: o sujeito adulto - muito pouco musical, definição própria - que, vítima de um raio, desenvolve compulsão por música de piano e se torna ele mesmo talentoso pianista.

Imperdível, leitor.

12 comentários:

Anônimo disse...

Ôpa, então que um raio não me parta, mas que me conceda esse dom para o piano.

C.A. disse...

Eu bem me resolvia tocando um violão de sete cordas, Olga...

Anônimo disse...

Andreazza, no meu caso, nessa altura do campeonato, até harpa... (rs)

C.A. disse...

Harpa é foda...

Anônimo disse...

Andreazza, foda era ter que escutar discos de harpa em pleno dia de Natal. Estranhamente minha mãe (simplória pra caramba, bem do interior do sul) gostava de preparar a ceia ao som natalino com harpas. É mole?

C.A. disse...

Olga, uma vez, eu estagiava no Serviço Cultural da Embaixada brasileira na França, fui obrigado a "passar mal" durante uma apresentação musical [sem fim] em que dialogavam a harpa e o cravo...

Anônimo disse...

Eu ODEIO harpa. E é por causa delas que tenho sérias desconfianças sobre as virtudes do Paraíso.

Anônimo disse...

É duro, né, Andreazza? ouvidos acostumados ao choro da cuíca serem massacrados dessa forma.

C.A. disse...

Pois é, Marcelo... Harpas, aquela calma espalhada por campos de golfe sem fim etc.. A minha questão é: onde fica o batuque no paraíso?

C.A. disse...

Olga, eu só sei que o meu paraíso será aquele em que a cuíca chorar...

Anônimo disse...

O batuque com certeza só no inferno, bem mais animado, não?

Anônimo disse...

Batuque no paraíso, sinhá não quer. E se o batuque é no inferno, é por isso que eu queimei meu pé.