Modigliani foi o romantismo inteiro. (O vivido, ora; não o movimento artístico-filosófico, pelamordedeus). Foi o romântico absoluto, isto sim, exagerado, perturbado, incoerente, irônico, debochado, surpreendente, amantíssimo sempre, frio jamais, fiel a seu modo e assim fidelíssimo, explosivo às vezes, muitas vezes, arrependido em todas e previamente, raramente agressivo, mas violentíssimo e sem fim com quem desprezasse e contra injustiças, mormente. Boêmio incontornável. Miserável extremo. Drogado máximo - haxixe, no mais das vezes, embora não negasse o que se lhe oferecesse, entorpecesse.
Em matéria de sofrimento, experimentou-o todo, em todas as possíveis modalidades, dentre as quais destaco a mais interessante, pouco explorada porém, qual seja, o sofrimento artístico, pois que, conhecido principalmente como pintor, grande pintor, d´obra única, gostava mesmo, ou gostava sobretudo, d´esculpir, ofício do qual bem cedo foi alijado pelo agravamento duma de suas doenças, a tuberculose [que o mataria, afinal], que se despertava em crises violentas quando por ar encontrava o pó das pedras...
3.10.07
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17 comentários:
Andreazza, talvez por ele ser isso tudo que você descreveu, Picasso o provocasse até o limite da raiva. Raiva essa, acredito, bastante produtiva, pois que o fazia criar dessa maneira tão especial. Tudo achismo, Andreazza, nenhuma certeza.
Eles, Picasso e Modigliani, sobretudo se admiravam, Olga, eis a verdade.
Andreazza, com certeza, não perderiam tempo com tantas brigas se não houvesse sentimento forte.
Agora, li em algum lugar, que a disputa entre eles se dava para além da arte, se é que me entende. (rs)
Ah, Olga, isto sem dúvida, pois que os registros d´época asseguram qu´ambos gostavam muito da cousa e Paris, afinal, não é - e sobretudo não era - tão grande assim...
Andreazza, pelo que li a disputa se dava também para além das mulheres. Era disputa íntima mesmo, e mais não digo. (rs)
Olga, pelo pouco que sei, isso já aconteceu, há muito tempo, no Rio. E foi entre Andreazza e Pim. Mas passou. Hoje não estranharia que qualquer um dos dois balbuciasse, no leito de morte, o nome do outro grande amigo.
Verdade, João Paulo? E a que disputa você se refere? A "cousa" ou a íntima? (rs)
Minha última antes de morrer, Olga e J.P.: rosebud...
É justo, Andreazza.
Boa, cidadão Andreazza!
Eu estive pensando na minha. Seriam duas: "mais gelo..."
Mas não precisa aguardar o último suspiro pra pedir mais gelo, não, JP. Né não, meu camarada?!
Os comentários de vocês, João Paulo e Bezerra, me fizeram lembrar uma frase mais ou menos assim: "Enquanto houver gelo, há esperança".
Não era "Enquanto houver suco"...?
Não, Pim, por onde ando era "Enquanto houver gelo" ...mesmo!
Esta coisa de suco é tão cafona, né?
Fico a especular comigo mesmo: teria acalentado o Pim, em sua infância, o sonho de ter sido o garoto-propaganda dos sucos Tang?
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